ASSISTIMOS A MATO SEM CACHORRO! E AMAMOS ♥

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Fomos assistir à pré-estreia de Mato sem cachorro, o filme de estreia de Pedro Amorim que, como adiantamos aqui no blog, em primeira mão, é o primeiro filme nacional a ter mashups em sua trilha sonora. Bem, pra quem não entende de direitos autorais, é o seguinte: é muito, muito difícil conseguir liberar os direitos de uso de mashups, porque as faixas contém várias músicas, e nem sempre todos os envolvidos querem colaborar. Muitas vezes, um mashup acaba não entrando em uma trilha dessas porque um dos artistas envolvidos encrenca.

O único filme que já tinha conseguido este feito foi o americano Just go for it, do comediante Adam Sandler, um grande fã de mashups. Na época, nós entrevistamos o DJ e produtor Lobsterdust, de Nova York, que estava de passagem pelo Rio, para tocar na Bootie Rio, claro, e falou sobre os seus mashups que acabaram não entrando no filme.

Não é fácil, mesmo para um filme americano com muita bala na agulha e um grande estúdio atrás. O filme de Adam Sandler tem faixas do francês Zebra (considerado o primeiro produtor de mashups do mundo) e dos americanos DJ Y Alias JY e Partyben, dá pra ouvir todas e assistir aos videoclipes aqui.

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No Brasil, Pedro Amorim, outro grande fã de mashups, fez um projeto bem ambicioso, com cães treinados americanos e o respaldo da Globo Filmes. Ele convidou o DJ e produtor brasileiro Faroff, um dos fundadores da Bootie Rio, para fazer os mashups para o filme, já que o protagonista, vivido por Bruno Gagliasso, é um produtor de mashups.

Faroff fez cinco faixas para o filme, mas apenas duas delas acabaram entrando na fita, em momentos bem decisivos. A música é a condutora central da trama, e é o que transforma o protagonista no cara da vida da mocinha vivida pela Leandra Leal. É com os seus mashups que ele prova que não é só o barbudão de óculos que fica o dia inteiro com o laptop no colo, no sofá, bem geração Y.gente boa mashup faroff

O mashup de Michel Teló e John Lennon aparece logo no começo do filme, na apresentação do personagem do Bruno, quando ele está em casa (em um apartamento bem bagunçado, em Copacabana), no Final Cut Pro, fazendo um videoclipe para o mashup, colocando John e Yoko pra dançar o new forró “Ai se eu te pego”. O público se divertiu bastante nessa hora.

Durante o desenrolar da trama, Bruno vira produtor musical da banda Sidney e suas cópias, interpretada, com muito (muito) glitter, pelos meninos do Brasov. Ele conduz a turma na produção de mashups ao vivo, com a banda, mais ou menos como faz o Smash-up Derby, da Bootie San Francisco, capitaneados por Adrian Roberts, um dos criadores da Bootie.

A banda canta um mashup de Sidney Magal e Joan Jett que encerra o filme, depois, em versão digital, emocionando a gente 😉

O filme ainda tem um Autotune, o estilo de mashups que pega depoimentos jornalísticos de personalidades e políticos e os transforma em música. Sim, é possível colocar qualquer um para cantar, como mostra o canal do Faroff Auto Tune Brasil.

No filme, o produtor de mashups faz um autotune com um flagra que fez da Sandy, a cantora, vomitando em uma blitz da Lei Seca. Sim, o filme consegue tirar a Sandy daquele território da virgem sertaneja que ela criou em volta de si. O autotune é muito engraçado!

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O filme ainda salva  a Gabriela Duarte, que vive uma cachaceira pirigótica que abraça privadas e tem uma estranha relação com o garçom Tubarão, que lhe serve uma cachaça que lhe queima por dentro, risos. A atriz está ótima e surpreende.

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O filme tem uma mensagem muito positiva quanto ao reprocessamento de conteúdo. Sandy processa o produtor e, ao final da fita, perdoa, dizendo que bastava o DJ ter pedido para usar a sua música. Tipo aquela música “Iibera geral” que ela cantava. Depois, ela e Magal aparecem aprovando as misturas de Sidney e suas cópias.

Temos que agradecer ao Pedro Amorim por lançar este olhar para a cultura mashup e ajudar a quebrar preconceitos. Não é pra isso que serve a arte, mesmo quando voltada ao entretenimento? Reprocessamento de conteúdo e mashup não são crimes! São só novos jeitos de se absorver e produzir cultura.

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Saímos de casa pensando que iríamos assistir a uma comédia boba e, gotcha!, o Pedro nos tocou e nos envolveu com o seu filme. Mato sem cachorro é engraçado, musical, divertido, alegre, cheio de piadas por minuto, inclusive com desenhos animados, e surpreende ao mostrar um Rio de Janeiro que a gente adora. Tudo o que a gente quer ser no verão.

Vale a pena ir ao cinema e se deixar levar por esta história. Choramos baldes, foi até meio vexatório! Uma emoção do caraleo! Nos vimos representados. É demais.

Aqui, na Rolling Stone Brasil, o Faroff, que é o único produtor brasileiro reconhecido pela comunidade internacional de mashups, conta mais sobre a produção das faixas e a questão dos direitos autorais.

No filme, ele tem crédito inicial como se fosse um dos atores, tirando onda. Estamos muito felizes com o filme!

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4 Comentários

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4 Respostas para “ASSISTIMOS A MATO SEM CACHORRO! E AMAMOS ♥

  1. Fenix Lee

    Não entrou música do Queen no filme. O mashup é de Sidney Magal e Joan Jett (músicas: O meu sangue ferve por você e I love Rock ‘n Roll. Não custa fazer uma pesquisinha básica antes de escrever, né?

  2. Mila

    cara, eu tambem gostei um bucado do filme… Um pouco diferente dos ultimos filmes nacionais.. E ja começa surpreendendo com o 1o mashup … A trilha sonora é uma atração a parte (ouvir Little Joy foi uma bela surpresa). E omashup do Sidney e suas copias deve ter feito muita gente se mexer na poltrona… E eu queria os mashups

  3. Pingback: BOOTIE RIO COM FAROFF, POSITRONIC! E JOHN WOO NO LA PAZ | Bootie Rio

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